quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ao Samba...

O samba canta a dor com o refrão da alegria
Poetiza a desesperança com os acordes da paixão
Se não fosse o samba não sobraria fantasia
Nem destreza ao coração...




Esclarecendo:

O samba consiste em uma das manifestações culturais mais predominantes em nossa cultura. Ao longo da sua história foi capaz de unir universos diversos e totalmente extremos, mas que através da poesia deste emblemático seguimento musical, pode expressar a diversidade das classes e de muitas manifestações sociais. Nomes como Adoniran Barbosa, Noel Rosa e, em especial, Cartola denotam o quanto poesia e arte nada tem a ver com academicismo e conhecimento técnico. O samba mostrou ao mundo que a cultura popular é rica em poesia, arte e inspiração. Sou apaixonada pelo samba,em especial pelo Cartola, devido a sua capacidade de conjugar simplicidade, sabedoria e autentica inspiração.

Diante disso, não posso dizer mais nada além de que "quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou é doente do pé" rs

OBS: fique claro que me refiro ao samba de raíz e não ao "transformismo" mais conhecidos como pagode.

sábado, 12 de dezembro de 2009

PARA 2010

Desejo paz, muita paz; apesar de saber que serei visitada por algumas turbulências...
Espero muito amor, apesar de saber que a raiva ou o rancor insiste em encontrar espaço em nossos corações...
Almejo muitos sonhos e grandes realizações, tendo a certeza de que a frustração será necessária para me fazer crescer...
Aguardo, esperançosa, por muita sabedoria, crescimento e aprendizagem; mesmo prevendo que, por vezes, minhas atitudes poderão ter a birra de uma infante.
Espero poder compartilhar minha vida com eles, apesar de tudo ser sempre tão incerto...
Desejo o amadurecimento da minha fé e que o Amor componha todos os meus dias...
Que a poesia seja perene e faça companhia plena, pois é com ela que adestro as agonias...
E por fim, preciso confessar que desejo você comigo de coração entregue e presença inteira e que os meus olhos te digam sempre o que minhas palavras já não sabem revelar...



"Então é natal e o que você fez?
O ano termina e nasce outra vez...
Então bom natal e um ano novo também
Que seja feliz, quem souber o que é o bem ..."

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Calmaria

Interessante perceber a necessidade inata de simplesmente parar...
Ao olhar distraído há apenas marasmo, calmaria... Mas as incursões profundas demandam silêncio, requerem linearidade e, cima de tudo, pedem calma.

Não podemos esquecer que há o sigilo que precede grandes alardes. Há a quietude que prenuncia repentinas transladações. Há a ausência de sorrisos para diluirmos melhor nossas inquietudes...

Por fim concluo que, por hora, meu silencio é, inegavelmente, necessário...


“Calma. Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure,
deixe que o tempo cure.
Deixe que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu...”

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Uma música muito significativa para mim...

Forte Como Um Menino
Prisma Brasil
Composição: Twila Paris

Nos combates tenho sido vencedor
Mas ao vencer eu também posso me ferir
Falam por aí que a minha força é demais
Sem ver que no meu peito eu escondo o meu pesar

Saibam pois que ao cair eu oro ao meu Deus
Saibam quem é que me levanta se estou só
Espada em punho estou a chorar
Pois dentro da armadura só um menino há

Destemido busco encontrar a paz
Pois de Jesus a armadura é voraz
Dizem por aí que a mim ninguém vai derrotar
Sem ver meus inimigos que me tentam sem parar

Saibam pois que ao cair eu oro ao meu Deus
Saibam quem é que me levanta se estou só
Espada em punho estou a chorar
Pois dentro da armadura só um menino há...


Para todos que,como eu, as vezes se sentem como um menino dentro de uma armadura...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Samba do grande amor

"Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito.
Exijo respeito não sou mais um sonhador.
Chego a mudar de calçada quando aparece uma flôr e dou risada do grande amor... MENTIRA..."

Chico Buarque.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Onde eu me encontro agora?

Saudade de mim e dos tempos em que estive comigo.
Do olhar contemplativo, dos acordes ressoantes em uma calma que costumava não passar.
Saudade do olhar crédulo, do coração pulsante e do sorriso largo, que a pressa jamais conseguiu silenciar.
Nostalgia dos tempos de poesia rara, das notas que naturalmente compunham a melodia.
Do andar sereno e da pressa acalentada pela rima que trazia leveza aos dias...
Saudade dos versos que não fiz. Das canções que não cantei. Dos lugares que deixei de conhecer e dos sorrisos que calei. Saudade da minha companhia, do meu colo, do meu olhar para o mundo e das minhas tênues conclusões sobre a humanidade...
Saudade de mim...


Ser essência... Muito mais...
A porta aberta, o porto acaso, o caos, o cais...

Se lembrar de celebrar muito mais...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Escrevo...

Quando a dor é forte e chega a sufocar. Quando nada faz sentido puro ou quando eu mesma projeto meus próprios fantasmas. Quando tudo e nada pedem uma razão para existir. Quando minhas idéias não me dizem nada que me conduza ao equilíbrio. Quando meu olhar perpassa a paisagem. Quando as lágrimas insistem em se fazer presentes e quando um mundo inteiro não tem nada a me oferecer além das palavras.

Por isso escrevo...

Porque não caibo em mim mesma. Porque há momentos em que meu mundo precisa de formas concretas. Porque meus medos são pesados demais para os meus ombros, mas cabem perfeitamente em um papel. Porque meus sentimentos são intensos e na maioria das vezes minha razão não condiz com a realidade. Porque a escrita me faz companhia inteira. É capaz de estancar o que, por hora, sangra. E por vezes, apenas ela “silencia” meus segredos.
Porque com ela a atmosfera ressurge mais amena e apenas sua rima traz leveza aos pensamentos...

domingo, 27 de setembro de 2009

A última produção de colágeno...

Essa semana fui surpreendida com esta frase... E só serviu para tornar minha passagem mais emblemática. Pois bem caros amigos, esse ano encerrei minha produção de colágeno, ou seja, passei dos 25 kkkk. Seria impossível não iniciar este texto com esta “tão relevante informação” rs.
Bom, é isso, meus 25 anos (idade tão emblemática para mim) se foram. Hoje levo comigo apenas as belas lembranças de um ano tão intenso em aprendizado, crescimento, descobertas e muita transformação...
O sentimento que inunda minha atmosfera é de gratidão... Jamais poderei encerrar este ciclo sem reconhecer as belas experiências deste ano. Todas as lágrimas, com as quais vieram muitas verdades. Todos os sorrisos, compartilhados ou não, que compuseram um cenário matinal para todos os meus dias. Todas as lutas do trabalho diário, que tanto contribuíram para reafirmar cada vez mais minha paixão pelo meu ofício e minha credulidade em uma sociedade “melhor”...
Em fim... Agradeço a todos os adolescentes que atendi, as experiências que compartilharam comigo e todo crescimento humano e profissional que cada um me oportunizou. Sou grata pelos colegas, parceiros e muitas vezes amigos com quem tenho o prazer de dividir não apenas horas de trabalho, mas (acima de tudo) experiências intensas e aprendizado constante... Além, é claro, de largos sorrisos e algumas angustias... rs
Sou grata pela família que tenho e pela redescoberta e sempre confirmação de nossos vínculos. Afinal, “família é quem você escolhe para você, é quem você escolhe para viver” E eu tenho grande satisfação em reafirmar nossa união a cada novo dia!
Meu melhor sentimento de gratidão a Deus. Ser que dá sentido aos meus dias... Olhar que me acompanha sempre. Presença impar na minha história...
Agradeço a todos os amigos, presentes e ausentes, próximos ou distantes, mas que de maneira tão peculiar compuseram meu cenário e o tornaram mais “colorido”. Sinto-me imensamente feliz pela presença impar de cada um... Amo todos vocês e a cada um de maneira única!


É isso! Um brinde ao AMOR, a vida, a Deus, às pessoas, e ao ser que eu me tornei!
E que os 26 sejam tão ou até mais belos que os 25... E para isso “quero os meus olhos vestidos de lunetas”!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sem palavras

Tornei a decifrar os meus acordes e vi que tudo é apenas sentimento.
Subjetividade pura, tão intensa que depurá-la é um risco.
Bem vindo ao limite de toda humanidade: a palavra!
Aquilo que não tem textura, forma ou conteúdo gramatical, jamais permite ser configurado. Por fim, limito-me ao sentimento e essa angustiante sensação de ausência plena de significantes capazes de conter meu mundo em um instante...


“Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento...”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Reencontro - Ana Jácomo

Eu vim aqui me buscar. E aqui parecia ser longe, muito longe do lugar onde eu estava, o medo costuma ver as distâncias com lente de aumento. Vim aqui me buscar porque a insatisfação me perguntava incontáveis vezes o que eu iria fazer para transformá-la e chegou um momento em que eu não consegui mais lhe dizer simplesmente que eu não sabia. Vim aqui me buscar porque cansei de fazer de conta que eu não tinha nenhuma responsabilidade com relação ao padrão repetitivo da maioria das circunstâncias difíceis que eu vivenciava. Vim aqui me buscar porque a vida se tornou tediosa demais. Opaca demais. Cansativa demais. Encolhida.

Vim aqui me buscar porque, para onde quer que eu olhasse, eu não me encontrava. Porque sentia uma saudade tão grande que chegava a doer e, embora persistisse em acreditar que ela reclamava de outras ausências, a verdade é que o tempo inteirinho ela falava da minha falta de mim. Vim aqui me buscar porque percebi que estava muito distante e que a prioridade era eu me trazer de volta. Isso, se quisesse experimentar contentamento. Se quisesse criar espaço, depois de tanto aperto. Se quisesse sentir o conforto bom da leveza, depois de tanto peso suportado. Se quisesse crescer no amor.

Vim aqui me buscar, com medo e coragem. Com toda a entrega que me era possível. Com a humildade de quem descobre se conhecer menos do que supunha e com o claro propósito de se conhecer mais. Vim aqui me buscar para varrer entulhos. Passar a limpo alguns rascunhos. Resgatar o viço do olhar. Trocar de bem com a vida. Rir com Deus, outra vez. Vim aqui me buscar para não me contentar com a mesmice. Para dizer minhas flores. Para não me surpreender ao me flagrar feliz. Para ser parecida comigo. Para me sentir em casa de novo.

Vim aqui me buscar. Aqui, no meu coração.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mistério do Planeta

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta
O tríplice mistério do "stop"
Que eu passo por e sendo ele
No que fica em cada um,
No que sigo o meu caminho
E no ar que fez e assistiu
Abra um parênteses, não esqueça
Que independente disso
Eu não passo de um malandro,
De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,
Mas ando e penso sempre com mais de um,
Por isso ninguém vê minha sacola


Os Novos Baianos
Composição: Galvão - Moraes Moreira


Apenas uma das mil maneiras de se ver uma única vida...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Por quê?! Ora...

Porque sempre existirão palavras não ditas,
sentimentos não vividos, amores perdidos e reencontrados.
Porque a vida passa rápido demais e não há segunda chance.
Porque os sentimentos verdadeiros sempre são mais difíceis de se expressar.
Porque nossas certezas serão sempre postas à prova
e sempre haveremos de nos redescobrir.
Porque seus braços não estarão sempre comigo
e a liberdade nunca será completa.
Porque sonhamos a céu aberto e esse mundo sempre será duro demais para nós.
Porque jamais ousarei ser tudo e para mim bastará apenas que seja belo.
Que cada lágrima seja com sentido e cada palavra nunca dita em vão.
Que cada grão da minha fé me leve ao inesperado
e que eu jamais perca a capacidade de sonhar.
Porque as vezes é dificil acreditar, mas depois que se acredita é muito mais cruel retroceder.
Porque nossos sonhos não são comprados e o que realmente faz sentido, nem sempre todos conseguem perceber.
Porque o mundo todo está de partida, mas o que mexe comigo é a chegada.
Porque a pressa pede que sejamos breve, mas quero decifrar cada descoberta neste plano e num futuro.
Porque desejo o inaudito e sei que ele terá cor, textura e forma.
Porque um mundo inteiro pode não acreditar, mas eu seguirei tentando.
Porque todos erram e eu jamais poderia ser diferente.
Porque as pessoas exigem perfeição, mas eu espero apenas SINCERIDADE.
Porque tudo pode não parecer fazer sentido, mas eu ouso acreditar... Sempre!
Porque sempre poderá ser possível e eu acredito que Nele tudo há de se tornar real. Porque sem credulidade não faz sentido estar aqui e apesar do pessimismo soar mais inteligente e racional, a vida sempre terá mais cor aos olhos dos que confiam.
Porque a vida me ensinou a ser diferente e eu espero não parar de me transformar e que cada experiência me permita ser melhor, sem abandonar o que me faz tão bem...

domingo, 12 de julho de 2009

Das certezas que a vida trás

“Você é como eu। Tem sede de vida!” Foi o que ele lhe disse...
Ela pensou e logo admitiu...

Não poderia deixar de concordar. Afinal, de fato, tinha muita sede. Então questionou “Por quê? E de onde ela vem?”
Retrocedeu alguns compassos e percebeu que durante muito esteve imersa em tantas questões que por longo tempo andou as voltas consigo mesma... Como se o tempo passasse, mas não fosse capaz de avançar। Como quem está presa em um dado momento e dele não se permiti retirar. Uma espécie de exílio voluntário. Talvez necessário, mas conformado por vastos retrocessos. Como alguém que abre mão da própria liberdade.

E foi isso... Percebeu que esteve presa a um passado que parecia não poder abandonar. Por longo tempo foi preciso passar pelos mesmos caminhos, com a mesma dor, com os mesmos olhos, sempre encobertos pela mesma nódoa. Como se as horas nunca prosseguissem. Sempre voltada para o mesmo ponto. Até que um dia, a vida ousou passar. E como quem avista o mar pela primeira vez, pode contemplar a imensidão, o horizonte amplo. Daí passou a desejar o inaudito. Tudo aquilo que não tem nome, mas que conhecia tão de perto, tão por dentro...
E hoje já não sabe viver de outra forma। Já não cabe em si tanto desejo. E já se torna tão claro e transparente que além de si, o universo todo reconhece.

—Tenho se de vida, sim! Sede que não passa! Sede que não cabe mais em mim...


Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio...
...Tempo, tempo, mano velho!
Tempo, amigo. Seja legal. Conto contigo, pela madrugada.
Só me derrube no final”.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A palavra é D E M A N D A S!

E não por acaso está no plural. Afinal, hoje nada pode ser feito p a u l a t i n a m e n t e. Tudo tem que vir completo e já no plural, que é para poder atender todas as SOLICITAÇÕES.
Já parou para pensar o quanto somos cobrados?! Basta encontrar velhos amigos que lá vêm as mesmas perguntas: JÁ SE FORMOU? JÁ TA TRABALHANDO? VAI FAZER PÓS? TÁ NAMORANDO? AH! TÃO BONITA, POR QUÊ?! E viva a cultura do consumo! As pessoas olham para você e acham que sempre está faltando algo. Aquele artigo que elas julgam NECESSÁRIO!
Cansei disso... É por isso que ninguém consegue entender o Adriano! Hahahaha
Já observou que ninguém pergunta coisas, de fato, interessantes?! Se você consegue perceber a atmosfera poética nas velhas fachadas do Recife; ou se já viu as obras do Thiago Amorim; as citações de Miró; a nova música do Rappa; o filme que ta passando no cinema da fundação; o programa do Roger, sei lá... Qualquer coisa que não possa ser vista como SUA MAIS NOVA AQUISIÇÃO!
Não... ISSO NUNCA! As pessoas perguntam se você está TRABALHANDO; se vai fazer aquele CONCURSO; se já comprou seu CARRO, ou em que fundo pretende INVESTIR.
AFF! Toquei! Agora quero investir num fundo muito mais “rentável”
O fundo do SER! Conhece? Não?!!! DEVERIA...

sábado, 16 de maio de 2009

Eis a razão da minha sílaba.

Porque a escrita retrata melhor que qualquer fotografia. Vai e resgata o que há de mais essencial. Nela não nos deixamos dispersar pelas cores, pela imagem ao fundo. Detemos-nos ao que está posto. Tudo se resume à expressão. E isto basta para se comunicar.
Permite o encontro. Refere o não dito. Cria e recria o que se passa. Remonta as tonalidades e define a textura. É uma forma de reinventar a paisagem.
Por fim, percorremos as muitas telas de uma mesma vida. Como quem recita as historias de um único conto. E o belo está neste eterno reencontro consigo.
Os velhos escritos soam como imagens antigas। Percursos ultrapassados que compuseram nossas andanças. Relendo velhas rimas olhamos para quem fomos. E isto nos permite ver o quanto avançamos e que direção tomamos. Pois sabendo quem fui, sei onde estou e para onde desejo ir...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

EIS O POEMA

VELHO TEMA
(VICENTE DE CARVALHO)

Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.

Da remota e sempre nova constatação

— É esta a dádiva que te espera: A felicidade!
Que me espera?
— Sim. Está a te esperar desde sempre.
Como? Se eu sempre a perseguí?
— Pois bem... Passaste tanto tempo a perseguir, aquilo que só podias encontrar em ti!
­— Fatídica constatação... Estiveste atrás daquilo que somente tu poderias te dar.
Não percebeste a tamanha força das tuas mãos, pois foram em outras que buscaste onde te apoiar...
Foi com esmero que pude em fim constatar. E aquilo que uma vida inteira não fui capaz de me dizer. Segredei a mim mesma, como quem teme perceber.
Busquei em tantos, aquilo que somente em mim poderia encontrar: a verdadeira felicidade!
Claro que não coloco nessas linhas a idéia de que para sermos felizes nos bastamos. Não com esse teor egoísta que pode soar de imediato. Mas essa é uma daquelas verdades, que por mais simples que possa nos parecer. Sempre nos pega de surpresa quando chegamos a sua constatação.
Sim! Somente podemos encontrar a verdadeira felicidade em nós!
Porque somente nós mesmos podemos nos conceder a felicidade que buscamos. Somente nós somos capazes de reconhecer a tamanha beleza de nossas vidas. Nas coisas simples e também nas mais complexas.
Somente nós podemos ver e (re) ver com outros e novos olhos o que antes não parecia ter cor. Somente nós podemos ousar ser do tamanho que queremos ser. Exatamente porque somos nós mesmos que sempre pomos nossa felicidade distante de onde estamos!
Não há como não me remeter a este poema LINDO de Vicente Carvalho! Poema que tem algo novo e intenso a me ensinar TODOS os dias!
"Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos”

domingo, 3 de maio de 2009

CINE PE! Do curta “O anão que virou gigante”

É como uma simples admiradora da sétima arte, que exponho minha inteira adesão a eventos como o CINE PE. Nada melhor do que prestigiar um evento que se propõe a expor talentos nacionais, na perspectiva de não apenas divulgar, mas popularizar o gosto pelo cinema criativo e menos comercial.
Este ano estive presente, apenas, na quinta feira, mas fui contemplada com uma programação criativa, propositiva e muito bem humorada. Como não poderei fazer referência a todos, escolhi falar sobre o curta O anão que virou gigante.
A princípio, o vídeo não chamou minha atenção. Tratava-se de um curta metragem de animação, que abordava a história de um garoto que foi “anão e gigante em uma mesma vida”. No mínimo estranho... Mas o filme chama a atenção pela perspicácia do seu roteirista. Marão se utiliza de uma história bizarra, para (com uma sátira impecável) refletir sobre como foi para uma criança ser um anão até os 12 anos de idade e, a partir dos 20, passar por um processo de crescimento exacerbado.
O roteirista aborda o processo de exclusão vivido por esse garoto na infância, por se tratar de uma pessoa de baixa estatura, e como esse fator foi determinante para a constituição de sua personalidade. O gozado é que aos 20 anos, o mesmo se depara com um processo inverso. Precisa, agora, adaptar-se a ser um cara muito mais alto que a maioria das pessoas e a tudo o que isso pode significar.
De forma muito bem humorada o filme questiona o poder atribuído a aparência e como esta é determinante na constituição das nossas impressões sobre nós e sobre o outro. Como o peso, a estatura, a cor ou qualquer outro componente sensível pode determinar a forma como somos tratados e tratamos as outras pessoas.
É com uma narrativa acessível, cômica e muito reflexiva, que o autor convida crianças e adultos a pensarem sobre o valor atribuído a aparência e como nos cerceamos ao permitir que a mesma tenha o poder de determinar quem somos. Por fim, coloca a necessidade de irmos além da aparência e nos determos a quem realmente somos e ao que há de mais essencial em nós e nos outros. LINDO!!! PARABÉNS MARÃO!
“MEUS FILHOS IRÃO AO CINE-PE” rsrs

domingo, 26 de abril de 2009

“O novo nos torna melhor porque nos torna novas pessoas”!

É inegável que as mudanças assustam. O novo sempre me pega de surpresa e apesar de ter a certeza de que nada permanece igual, as resistências são sempre perceptíveis. As mudanças compõem a essência do estado humano e sem elas jamais estaríamos aqui. Mas a despeito desta certeza não me canso de me surpreender.
Para alegria ou choro do meu canto, a vida muda. A mim cabe, apenas, a missão de reencontrar meu próprio eixo a cada nova convulsão. Se a perda de uma pseudo estabilidade sempre causa algum desequilíbrio, a outra face me mostra que a vida é composta por um eterno vestir-se de novidades. E nesse estado, o grande desafio não está em me acostumar com as transições, mas em como transpô-las ao meu favor. Em como captar dos processos de mudanças o muito que a vida tem a me dar nesse momento.
Esse processo não é fácil, pois não se dá a partir do que se transformou e sim mediante o significado que atribuo a cada mudança. Percebo que as melhores mudanças são as internas e o contexto é a penas um catalisador. Concluo que se me limito às perdas nunca avançarei então o melhor é centrar-me nas conquistas que o novo irá me proporcionar. Afinal, a magia das mudanças está nos novos sabores, nas cores desconhecidas e nos acordes nunca antes percebidos.
Arrisco dizer que é despindo-se dos antigos enredos que partirei para a busca do que há de melhor nas novidades, mas para isso é necessário certo desapego. Afinal, só nos doamos ao novo quando escolhemos deixar de viver o que já foi vivido e já não faz tanto sentido. Lembrei de uma frase bem pertinente ao momento “três coisas nos impedem de crescer: o medo, a dúvida e o apego”. Bem, é isso. A vida segue seu curso e lá vamos nós, rumo ao desconhecido
E o futuro é uma astronave q tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo no que vai dar
Vamos todos numa linda passarela, de uma aquarela que um dia em fim descolorirá.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mão Dupla

Com troca, é assim que concebo a vida. É assim que construímos e reconstruímos os muitos percursos da nossa existência.
Além de olhares, palavras e emails, troquemos sentimentos, experiências e tudo o que há de mais interno em nós. Pois, não há como fugir... A troca é algo inalienável. Trocamos até com a própria vida, pois se esta nos leva o tempo e nos furta as horas, em TROCA, nos assegura a sabedoria.
Por isso não renuncie ao prazer da doação. Doe tempo, palavras, sentimentos, atenção e em troca receba da vida o que ela pode nos dar de melhor: crescimento e satisfação.

sábado, 21 de março de 2009

Repara a poesia...

Não é que o mundo seja só ruim e triste. É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais.
Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou a menina abraça o seu grande amigo, nenhum jornalista escreve a respeito. Só os poetas o fazem. (Rita Apoena)


"O dia está nascendo, vem olhar o sol
As aves vêm voando pelo nosso amor
Repare a poesia
É tanta alegria
Não chora nunca mais"

É A HORA!

Ando questionando tudo. Velhos padrões, algumas posturas, profundas certezas e muitas hesitações...
Relembro os caminhos percorridos, as atitudes tomadas, algumas delas irreversíveis... Arrependimentos soam inevitáveis nessas ocasiões, mas como diria Pessoa: à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo e muita vontade de fazer diferente.
Como um carrossel a me convidar para uma nova volta, eis que um novo sempre traz mais uma chance de se fazer diferente. Olhar novas paisagens, provar novos sabores, redescobrindo “novas” sensações... Em fim, É A HORA!


"Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro". Fernando Pessoa.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Cadê a beleza disso tudo?

Quem trabalha com políticas sociais, em especial com publico em vulnerabilidade social, vai entender bem a que me refiro...

Se de repente teu pensamento vai longe e te perguntas cadê à beleza disso tudo?

Há momentos que só vemos fome, pobreza, lástima e lamento. É como se todos os sorrisos do mundo fosse ofuscados, as gargalhadas silenciadas, como se todos os bares estivessem de luto, como se todas as cores mergulhassem em um mar acinzentado e todas as crianças interrompessem as brincadeiras...
Reconheces que muito já perdeu o sentido e por um instante recobras a consciência...

E nos deparamos apenas com o amargor da realidade. Ali, diante dos seus olhos, dura, nua e brutal. O real mais que concreto. A pobreza das vidas e das almas, a ausência de sonhos e de perspectivas...
O que você quer fazer daqui pra frente? Do que você gosta?
Não sei, quero o que me der dinheiro. O que você prefere? Sei lá, qualquer coisa...
É tanta falta de vida ou uma vida tão distante dos sonhos, que parece que se desaprendeu a sonhar. E a única coisa que lhe resta é o real bruto e cotidiano... Tão amargo que impede qualquer abstração.

Refletir? Pra que é isso? Foi no terreno da realidade que senti minha fome de vida, e foi com isso que aprendi a me virar.
Sonhar? Isso não me serve de nada... Até nos sonhos estou acordado.
É isso: pobreza das vidas e das almas... Falta sonho, falta cor, ausência plena de poesia...
Puts tão difícil me deparar com isso, logo eu que não consigo ver a vida sem poesia... E eu que pensei que já havia visto tanta coisa... Jamais irei me acostumar... Ainda bem! Afinal, sede de justiça nunca passa. Não dentro desta sociedade.

Em todo caso, é como se no fundo ainda restasse uma gota de desejo. Uma fagulha de esperança, um grito rouco ainda não silenciado... Algo que move e impulsiona, fazendo acreditar na vida e nos seres, afinal sem credulidade, não faz sentido estar aqui...


"aqui no caos total do cu do mundo cão
tal a pobreza tal a podridão
que assim nosso destino e direção
são um enigma uma interrogação"

sábado, 7 de março de 2009

O ser reticente que sou...

Como não poderia ser? Os nascidos em setembro têm aquele ar de primavera.
Aquele tom de até breve. Um sonoro ressoar de melodias indecifráveis.
O reticente ser que sou não me deixa parar de indagar.
E mesmo ao longo de um disperso caminho está sempre a desejar.
Tem em si o poder de se contradizer. Planejar, desistir e resignificar...
O reticente ser não me permite calar, antes escancara as portas da saudade recompondo o fim das desventuras.
O reticente ser que sou sempre tem algo a me falar...

"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho..." Mário Quintana.

Nosso corpo nos pertence?

Ao longo do século XX, a sociedade testemunhou a mobilização das mulheres pelo direito ao voto, à educação, à igualdade em relação aos homens nos campos político e profissional. A luta por esses direitos e sua gradativa consolidação outorgaram às mulheres uma maior participação social e ampliaram a perspectiva de novas lutas.
Alguns autores afirmam que a princípio a luta não focalizava a relação de subordinação em relação aos homens, constituída culturalmente em nossa sociedade; antes, exigia o direito de as mulheres serem cidadãs, demandando uma maior participação social e política.
Apenas no final da década de 1970, e principalmente início da década de 1980, identificam-se no movimento feminista as primeiras reivindicações no campo da reprodução e da sexualidade. Inspirado nos movimentos norte-americano e europeu, o movimento nacional aponta as primeiras demandas em torno da sexualidade e da contracepção, culminando na formulação dos hoje chamados direitos reprodutivos e, posteriormente, os sexuais.*
Bom, na realidade não é de história que desejo falar, no que me peguei pensando hoje foi que diante de tantas conquistas, o gênero feminino ainda se depara com uma série de questões que cerceiam nossa tão almejada “liberdade”.
Não há como não lembrar da palavra de ordem nosso corpo nos pertence que durante tanto tempo, conseguiu conjugar a maioria das reinvidicações do movimento feminista. Mas questiono até que ponto isso se concretizou em nossas relações sociais; onde e em que medida avançamos e em que circunstâncias somos destituídas ou abrimos mão dessa apropriação.
Se por um lado avançamos no debate, por outro, algumas posturas ainda possuem um ranço do passado. Ou pior, a liberdade de hoje pode apresentar-se como falsa tolerância e se trajar de um fetiche totalmente cerceador.
Quando o movimento gritava nosso corpo nos pertence almejava liberdade, liberdade esta personificada no próprio corpo feminino. E é interessante perceber que foi justamente neste corpo que as clausuras foram construídas. Se este corpo ganhou ou pelo menos tem avançado na conquista do direito de sentir e assumir o desejo e o prazer diante de uma sociedade que foi ensinada a negar esse direito às mulheres; é exatamente sobre este corpo que se constituíram as amarras. Nosso modelo de sociedade se apropriou das lutas e as transformou em demandas de mercado. Hoje este corpo cobra e é cobrado. Quando refletimos sobre a valorização da estética em nossa sociedade, não há como negar que o mercado faz da beleza uma meta a ser perseguida por TODAS as mulheres e ai daquelas que se recusarem, ou não se enquadrarem no padrão. Isto é fato! Não precisa ser marxista para reconhecer rs
Mas este corpo ainda é alvo de outras questões muito mais danosas. Ainda é neste mesmo corpo, pelo qual lutamos tanto para nos apropriarmos, que se configuram os maiores brutalidades que uma sociedade pode tolerar. O mesmo é abusado, violentado, negligenciado e até estigmatizado. E é no corpo que muitas mulheres trazem as marcas dessa tênue apropriação.
Pensemos um pouco sobre isso neste dia 8 de março...
*Trecho da minha mono. "Mulheres e o uso do preservativo: um estudo com usuárias do Programa de Planejamento Familiar do Hospital das Clínicas/UFPE" 2006.
Bom, não tenho muito que acrescentar, mas acredito que a luta diária precisa promover maior esclarecimento acerca dos direitos, dos instrumentos que dispomos, dos recursos que o estado e a sociedade civil oferecem. E principalmente, acredito que nosso maior desafio está em desconstruir valores arraigados a nossa cultura que favorecem e ainda legitimam todo tipo ação ou omissão que contribuam para a subalternização feminina e a violação dos seus direitos.
Pois é, uma luta tão antiga que ainda apresenta muito em que se avançar. O primeiro passo é se apropriar do que é nosso e reconhecer que, apesar das MUITAS E SIGNIFICATIVAS CONQUISTAS, ainda há muito que se conquistar!

domingo, 1 de março de 2009

Alguns acordes da Amélie Poulain


“… Então, minha querida Amélie…você não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance…então, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto o meu esqueleto. Então, vá en frente, pelo amor de Deus.”



Só Para lembrar: “sem você, a emoção de hoje seria pele morta da emoção do passado.”


Um dos filmes mais belos que assisti nos ultimos dias... Impossível permanecer o mesmo após esta película. De roteiro profundo e belíssima fotografia, é um filme que retrata a alma humana e sua intensa capasidade de significar...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Da presente ausência de inspiração...

Como um vazio repleto em conteúdo
Um sentimento não reinventado
Um grito rouco que silenciado,
Baniu as cores do presente dia

Como um ranger de dentes angustiado
Por não dizer o que se prenuncia
E a alma farta já não denuncia
Um sentimento que se dá velado.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Sobre o novo acordo ortográfico.

Hoje estive pensando sobre nosso acordo ortográfico e me peguei questionando o porquê de escrever diferente, se nossas histórias são sempre as mesmas?
Quando teremos, não um acordo, visto que as transformações necessárias jamais surgirão de um consenso. Mas me pergunto quando teremos mudanças que, de fato, façam a diferença.
Eu quero impacto! Não acredito nas reformas.
Eu quero transformações intensas dentro e fora de nós. Se não for assim jamais valerá a pena.
Quando teremos novos enredos, novos cenários que determinem nossa história?
Cansei dessas convenções que em nada nos transformam.
Como já disse “almejo um tempo que não é este, por um caminho não percorrido”.
Então de que me vale a queda do trema? Para nada! Pura besteira!
Eu quero mais! Desejo a queda da pobreza. Pobreza das vidas e das almas.
Quero o vôo, ops! O voo que nos leve às alturas, às novas paisagens, aos esquecidos devaneios...
Pois da matéria dos sonhos fomos formados, mas é o terreno da razão que nos cerceia.


"Eu presto atenção no
que eles dizem, mas eles não dizem nada..."