segunda-feira, 8 de novembro de 2010

“Quando você conta a sua vida eu lembro um pouco da minha...”

Se eu imaginasse como poderia ser a história de um grande amor, certamente a definiria assim:
uma vida compartilhada de forma tão intensa, viva e verdadeira que ao resgatar a minha própria história, lembraria de uma outra...

Falo (aqui) do amor no sentido mais diverso que a palavra pode alcançar:

O amor de uma mãe, que ao recordar os primeiros passos de um filho, também resgata em si as grandes descobertas de sua própria história. Revisita suas primeiras lições de renúncia, cuidado e afeto.
O amor entre irmãos, que apesar do campo de disputas, compartilharam as primeiras brincadeiras, alegrias e grandes descobertas.
O amor entre amigos, que descobrem a receita de um largo sorriso, ao relembrar as muitas aventuras compartilhadas...
Em fim, se o amor pudesse ser dimensionado caberia nos percursos da troca. Eu acredito no amor, exatamente porque acredito na necessidade do outro. Afinal, sozinhos somos apenas um eco... A projeção de nossas angustias, sensações e sentimentos no mais absoluto silêncio.
O que seria de mim sem o outro?
Como ser eu sem saber onde se inicia o que está além?
Em que medida posso me diferenciar enquanto ser, se não tenho a quem me contrapor?

A troca nos permite crescer e evoluir enquanto ser e espécie. Definitivamente sozinhos não somos nada. Não avançamos e fatalmente não existimos.
O outro me ajuda a entender um pouco mais sobre a vida, sobre o mundo e, principalmente, soube quem eu eventualmente posso ser...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Das últimas constatações...

Ultimamente tenho percebido uma tendência aos sentimentos profundos... Ao desejo de mergulhos abissais... A verdade é que cansei das superficialidades. Daquilo que dá e passa. De tudo que com a mesma fugacidade que chega de desfaz...
Certa vez alguém me disse que sou uma pessoa que busca o amor. Recordo que na ocasião a frase não fez nenhum sentido a minha infante percepção. No entanto, hoje compreendo perfeitamente o que tentaram me dizer e eu, tolamente, ignorei... E pior! Hoje sou obrigada a concordar... Logo agora?! Justo na era do amor líquido?! rs
Pois bem... Fazer o que, se agora tenho preferido a ausência dos sentidos e das equações?
Pelo visto meu coração não se cansa de se aventurar e novamente está aqui, inteirinho,disposto a se perder! rs

domingo, 23 de maio de 2010

O princípio de qualquer constatação

Quando ví que não era quem pensava ser,
dei o primeiro passo para dentro de mim...




As vezes é necessário sair da superfície das certezas para poder iniciar um processo de descobertas sobre quem realmente somos...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Confidência

A forma mais rápida de me perder é tentando me aprisionar...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Os nascidos em setembro têm aquele ar de primavera

Eu nasci na primavera. Numa noite tranqüila, de aroma indecifrável... Exatamente entre o inverno e o verão, na estação própria dos desvelamentos. Quando os seres encontravam-se num estágio de vir a ser...
Talvez por isso seja própria desta estação a estranha sensação de incompletude. Talvez por isso os nascidos na estação da transição tendem às metamorfoses e possuem uma profunda relação com as vicissitudes...



Primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome,
nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras;e os habitantes da mata,essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão,
começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra,
nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarãoas
cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Cecília Meireles

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Adélia Prado

domingo, 17 de janeiro de 2010

Que tipo de amor é o seu?

Estamos vivendo uma fase tão fugaz, tudo é tão líquido, tão experimental... Na realidade, penso que talvez essa seria mais uma das angústias da pós modernidade. Nada mais cabe em lugar algum, como diria Pessoa “Tudo é disperso e derradeiro, tudo é incerto, nada é inteiro” acho que essa frase expressa muito bem esta atmosfera a que me refiro...
Nos últimos dias tenho pensado um pouco no amor dentro desse contexto. Em como compreendemos esse sentimento e muito mais em como o vivenciamos...
Particularmente, acredito no amor verdadeiro desde que regado a uma dosagem de realidade. Não que o romantismo não exista, eu acredito em sua existência (e até o considero importante), mas penso que vivemos em um momento de desconstrução...
A geração dos meus pais, por pudor ou convicção, acreditou no amor romântico, no “felizes para sempre” e eu cresci ao som desta mesma melodia. Mas ao longo do tempo fui percebendo certos descompassos neste enredo. Parecia que algo faltava e havia a estranha sensação de lacuna...No percurso, fui destituindo alguns valores, às vezes a base de muito sofrimento e algumas desilusões. Às vezes tomando um caminho totalmente inverso e outras buscando um meio termo...
Estive pensado sobre isto nos últimos tempos, na tentativa de entender um pouco mais sobre que tipo de amor é o meu e qual seria o amor no qual acredito... De fato eu acredito no amor, mas tenho tentado me despir de alguns valores do amor romântico. Às vezes prefiro acreditar em afinidades, respeito,cumplicidade, transparência, sentimentos verdadeiros, sem fugir da realidade, na perspectiva de entender um pouco daquilo que realmente é humano.
Mas o que seria humano em uma relação? Um pouco de dúvida, de contradição, ou seja, aquilo que muitos passam uma vida negando, mas que, no fundo, conhecem com precisão e apenas temem enxergar...
Penso que o amor não nos anula, não rouba nossos desejos, não nos deixa cegos, surdos e não nos impede de apreciar outros acordes. Por outro lado, ele nos inspira a sermos melhores conosco e com o outro, a sermos mais crédulos e afáveis . Ele nos induz à sinceridade, o que não quer dizer, que não precisemos (por vezes) ocultar alguns entraves... E isto não é por mal, pelo contrário, é pelo bem... Pelo nosso bem, pelo bem alheio... Em fim... Eu continuo acreditando no amor, mas me falta descobrir, com precisão, que amor é esse no qual eu acredito...

OBS: isso não significa dizer que não continuo apreciando uma boa dosagem de lirismo rs

“...Enquanto isso eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez
Pensei que era liberdade
Mas, na verdade, me enganei outra vez...”