domingo, 17 de janeiro de 2010

Que tipo de amor é o seu?

Estamos vivendo uma fase tão fugaz, tudo é tão líquido, tão experimental... Na realidade, penso que talvez essa seria mais uma das angústias da pós modernidade. Nada mais cabe em lugar algum, como diria Pessoa “Tudo é disperso e derradeiro, tudo é incerto, nada é inteiro” acho que essa frase expressa muito bem esta atmosfera a que me refiro...
Nos últimos dias tenho pensado um pouco no amor dentro desse contexto. Em como compreendemos esse sentimento e muito mais em como o vivenciamos...
Particularmente, acredito no amor verdadeiro desde que regado a uma dosagem de realidade. Não que o romantismo não exista, eu acredito em sua existência (e até o considero importante), mas penso que vivemos em um momento de desconstrução...
A geração dos meus pais, por pudor ou convicção, acreditou no amor romântico, no “felizes para sempre” e eu cresci ao som desta mesma melodia. Mas ao longo do tempo fui percebendo certos descompassos neste enredo. Parecia que algo faltava e havia a estranha sensação de lacuna...No percurso, fui destituindo alguns valores, às vezes a base de muito sofrimento e algumas desilusões. Às vezes tomando um caminho totalmente inverso e outras buscando um meio termo...
Estive pensado sobre isto nos últimos tempos, na tentativa de entender um pouco mais sobre que tipo de amor é o meu e qual seria o amor no qual acredito... De fato eu acredito no amor, mas tenho tentado me despir de alguns valores do amor romântico. Às vezes prefiro acreditar em afinidades, respeito,cumplicidade, transparência, sentimentos verdadeiros, sem fugir da realidade, na perspectiva de entender um pouco daquilo que realmente é humano.
Mas o que seria humano em uma relação? Um pouco de dúvida, de contradição, ou seja, aquilo que muitos passam uma vida negando, mas que, no fundo, conhecem com precisão e apenas temem enxergar...
Penso que o amor não nos anula, não rouba nossos desejos, não nos deixa cegos, surdos e não nos impede de apreciar outros acordes. Por outro lado, ele nos inspira a sermos melhores conosco e com o outro, a sermos mais crédulos e afáveis . Ele nos induz à sinceridade, o que não quer dizer, que não precisemos (por vezes) ocultar alguns entraves... E isto não é por mal, pelo contrário, é pelo bem... Pelo nosso bem, pelo bem alheio... Em fim... Eu continuo acreditando no amor, mas me falta descobrir, com precisão, que amor é esse no qual eu acredito...

OBS: isso não significa dizer que não continuo apreciando uma boa dosagem de lirismo rs

“...Enquanto isso eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez
Pensei que era liberdade
Mas, na verdade, me enganei outra vez...”

2 comentários:

Milla disse...

Pati
que bom receber um comentário teu e saber que vibras com minhas realizações, sejam elas quais forem...
Saiba que vibro com a tua tb! e torço muito para que tuas descobertas desencandeiem para a constatação real da existência de algo tão sutil que muitas vezes não nos damos conta... isso mesmo que está descrito no teu texto... a constatação da existência do AMOR real!
(ainda que eu acredite no amor romântico)
vc já leu "Amor Líquido" de Baumam (ponto de interrogação, pois a tecla do meu pc tá falhando,rs), ele discorre sobre algo semelhante ao início do teu texto, a fugacidade das relações na pós modernidade!

beijos moça

Patrícia disse...

Ja ouvi falar muito bem desse livro e do autor mais ainda... Está na minha "pequena" listinha de futuras leituras rs
Valeu pela dica Milloca!
Beijos