sábado, 1 de outubro de 2016


Sobre sombras

As sobras sempre retornam. Marcam encontros inesperados. Ressurgem dos cristais antigos, dos livros esquecidos sob as estantes empoeiradas. 
Revisam os rascunhos espalhados pelo chão. São reconto de histórias conhecidas. 
Chegam pontualmente, sem avisar. Se impõem. Se fazem presentes. Quem precisa de convites?! Chegam antes da festa, vão embora sem avisar. E sob os sinais que antecedem sua chegada: uma anunciação de desmantelos... (Respira!)
Do outro lado estou eu, sem anestésicos. Não bebo, não fumo, não me drogo. Quisera comesse                                                                                     compulsivamente. 
Não! Eu as recebo à pele crua. Só navalha afiada talhando a pele, jorrando sangue e embebedando a alma. 

Seja bem vida! Volte quando eu não desejar!

sábado, 5 de abril de 2014

Nuvem no céu, concha no mar. Passarinho sabe voar! Vivências de um artigo muito mais emocional do que científico... rs

O que a gente faz quando precisa parar de digitar um artigo para enxugar as lágrimas? A gente chora, ri e por mais uma vez reconhece que arte é consolo! Arte é saúde, amor, cuidado e libertação... Não dá pra não chorar ao rever os relatos dessas mulheres e reconhecer tantas histórias nessas falas. Vejo parte de uma história que veio antes de mim. Vejo meu pai e suas histórias meio sofridas. Relembro as histórias de pobreza que ele contava para mim e que eu não entendia e até hoje não entendo muito bem. Talvez porque não é a minha história e sim a dele... Mas hoje é mais fácil entender a aridez de quem vem de um lugar marcado pelo sol. Sol na pele. Sol na cor. Sol que resseca a crença, a credulidade e até o afeto, mas nunca o amor. Sol que enrijece, mas não mata. Mas nos desertos também há água. Água doce, além da salgada... Água que sacia sede e que inunda a alma... Nuvem no céu,concha no mar. Passarinho sabe voar!!

sábado, 13 de julho de 2013

Aquilo que me habita...

As palavras , assim como os sentimentos, fazem morada em nosso corpo. Em cada parte há algo a ser dito ou silenciado. Expressado ou enterrado dentro de nós. Por isso o toque é tão particular. Não se trata apenas de um corpo a ser percebido. São palavras e sentimentos, que nos habitam, sendo sentidos e acariciados... Cada parte de nós, cada trecho da nossa própria história, sentindo a interferência do outro... Não são apenas as suas mãos a acariciarem o meu rosto. São as suas histórias a tocando as minhas. Não são apenas os seus dedos deslizando pelos meus cabelos. São seus refrãos e acordes soando, lado a lado, aos meus... São melodias e dissonâncias ecoando juntas. Por isso, não banalizemos o toque. Não subalternizemos o corpo. Preservemos nossa morada, nossas histórias. Tenhamos respeito pela nossa canção... Nele habitamos e por ele somos habitados, inundamos (inclusive) por afeto. O corpo não fala... Ele canta! Conta histórias... Corpo tem memória, faz rimas, traz de longe o que está tão perto. Reconhece... Corpo, corpóreo, corporifica... Canta, acalanta e, às vezes, coisifica...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Ao mar simplesmente amar...

Quantas dúvidas cabem num só lugar. Os percursos do feminino são cheios de nuances. Meandros tão curvilíneos quanto o nosso corpo. Rotas tão emaranhadas, onde presente, passado e futuro encontram-se ponto a ponto, buscando um lugar comum, uma morada, um abrigo... Um lugar para descansar, condensar, navegar todas as incertezas... E o meu barco a velas tenta seus ajustes, ordena-se frente aos ventos. Arqueia, levanta... Cordas, nós, sobem as velas, baixam-se velas... Remendos nos rasgões que os ventos romperam... Ajustes. Erguem-se as velas, ajustam-se mastros e o mar a vista, avista ainda muitos mares a navegar. Rompem-se ondas, quebra-se mar. Ranhuras nos corais, corpo a sangrar... Mas barco também é abrigo e há suprimentos para sanar. Tempestades a vista, agita-se amar... Mas ao mar, basta-se o mar... Ao mar, basta-se Amar... E leva-se tempo ao ofício de navegar. Sete mares de vida aptos ao ensino e ao mar basta-se nadar... Ao mar, basta-se amar. Novamente, erguem-se âncoras, ajustam-se velas. Lenços brancos acenam partidas e ao mar cabe o ofício do mar, ao mar cabe navegar... Ao mar, simplesmente amar...

domingo, 6 de janeiro de 2013

Eu te amo do meu jeito...

Sempre que escuto alguém utilizar essa expressão não consigo deixar de pensar no quanto as pessoas são egoístas e forjam sentimentos de igual maneira. Afinal, acredito que se o meu amor é voltado para mim e a minha maneira, não há nenhum amor nisso... O amor não é apenas um sentimento. São atitudes, uma espécie de dádiva. Geralmente o imagino como um presente e, definitivamente, não posso presentear uma pessoa, tendo como referência apenas o meu desejo. Penso que o amor se expressa na minha capacidade de perceber o quanto e como o outro precisa ser amado e amá-lo como ele necessita ser. Afinal, do que vale um pai amar tanto o seu filho se este filho não sentir-se amado pelo pai? Esse amor será sempre um vazio para filho, mesmo sendo um inteiro para o pai. Se o objetivo é amar, jamais poderia eu amá-lo a partir do meu paradigma de amor. Se o objetivo é amá-lo, eu preciso percebê-lo enquanto ser e identificar o que o faz sentir-se amado e assim, amá-lo! O meu amor pelo outro precisa ser um inteiro pra mim e para o outro. Se eu o amo, apenas com aquilo que julgo ser essencial, sou egoísta e julgo o mundo a partir de mim mesmo. Agindo assim, jamais vou enxergar o outro além das minhas próprias necessidades... Amar é perceber o outro. É, de alguma maneira, sentir o que ele está sentindo e tentar perceber as suas necessidades nisso. Até por quê, além de amado, o outro necessita sentir-se amado. Nesse sentido, avalio que você jamais vai conseguir fazer alguém sentir-se amado sem andar junto, percebendo e gastando tempo em conhecer o outro, em suas necessidades. Assim, jamais diga a uma pessoa seja ela, adulta ou criança, que a ama do seu jeito. Pelo contrário, deseje conhecê-la, percebê-la de tal modo que o amor que você lhe devote seja o mais próximo do amor que ela precisa receber. Amor nunca foi só um sentimento. Amor é atitude, o sentimento é apenas o motivador, uma espécie de propulsor para que o amor se operacionalize, ganhe expressão concreta, seja quase que tangível... Patrícia Gonçalves.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A olho nu

As vezes eu prefiro orar de olhos abertos...
De olhos fechados eu contemplo as minhas dores, o meu pesar e aquilo que sou। De olhos abertos, Deus me convida a contemplar quem Ele é। E pelo tamanho das suas obras percebo o poder das suas mãos....

Olhe o tamanho desse céu, o azul com núvens claras e descubra o tamanho do seu Deus...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Sobre Bordados e Tessituras



A vida é uma grande tessitura e somos nós que vamos,
timidamente, escolhendo os melhores fios, a textura mais adequada, assim como a
cor que dará o melhor efeito. Assim, bordando a vida com os próprios
sentimentos, vamos acalentando nossos sonhos e transformando-os em belas
estampas.
É claro que nesse
emaranhado surgirão os bordados difíceis e o amargor dos pontos não tão bem
acabados, mas o que de fato importa é não abrirmos mão da nossa obra de tessitura
e não ignorarmos o desejo intenso de tecermos as melhores paisagens... Assim, vamos
imprimindo a nossa marca no universo e na vida dos que nos cercam, para –
delicadamente - ofertarmos ao mundo o há de melhor em nossos corações...
Por fim, bordando afeto, carinho e serenidade; experimentaremos
o valor da sabedoria de quem entende que toda boa obra começa num desejo, numa
inspiração e termina assim: num suspiro satisfeito e com a sensação de dever
cumprido...

O meu desejo é simples: que o Criador - aquele que sabe
tecer tão belas obras - me inspire a delinear os melhores bordados nessa
vida...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O TRAPEZISTA


Vai e vem o trapezista
se balançando no espaço.
Pula a cerca que separa
o circo do céu
e com a cauda de um cometa faz um laço.
Vai e vem o trapezista
desarrumando as estrelas:
Até a lua se assusta,
esconde o rosto no regaço.
volta ao chão o trapezista
refazendo o mundo com seus passos.

Roseana Murray

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ana Jácomo - Nexo


É incrível a capacidade Ana Jácomo de apreciar as coisas simples da vida e chegar a conclusões delicadas e intrínsecas sobre a existência humana.
Texto lindo! Semelhante a muito do que tenho sentido e, até mesmo, do que gostaria de me dizer em alguns momentos vacilantes ... :)



Nexo

Olhando daqui, percebo que pessoas e circunstâncias tiveram um propósito maior na minha vida do que muitas vezes eu soube, pude, aceitei, ler. Parece-me, agora, que cada uma, no seu próprio tempo, do seu próprio modo, veio somar para que eu chegasse até aqui, embora algumas vezes, no calor da emoção da vez, eu tenha me rendido à enganosa impressão de que veio subtrair. A vida tem uma sabedoria que nem sempre alcanço, mas que eu tenho aprendido a respeitar, cada vez com mais fé e liberdade.

O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos.

Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.

Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Flores Em Você - IRA!


De todo o meu passado
Boas e más recordações
Quero viver meu presente
E lembrar tudo depois...

Nessa vida passageira
Eu sou eu, você é você
Isso é o que mais me agrada
Isso é o que me faz dizer...

Que vejo flores em você!...


- Como sempre, o fim de ano me conduz a algumas constatações...
Para mim 2011 foi um ano de muito crescimento, amadurecimento, reencontros... Revi minha relação com Deus, comigo mesma e com os meus... Nesse processo muita coisa mudou, ampliando meus percursos...

Para 2012 desejo "apenas" um ano florido... Penso que 2011 foi um ano em que meus terrenos foram aplanados, sabe? Como um solo que é preparado para a próxima etapa... Diante disso, desejo para 2012 um ano repleto de flores... Aromas e cores que somente elas podem proporcionar... Toda a delicadeza e sensibilidade que elas nos inspiram... Afinal não é a toa que vim a este mundo na primavera! E certamente a primaverá nascerá no coração daqueles que cultivam a vida!

domingo, 21 de agosto de 2011

RESIDÊNCIA NO AR


Não sei o que me convém,
se uma casa segura,
janela, quartos e trincos
ou se as portas todas abertas,
se residência no ar.

Não sei o que me convém,
se uma casa encerada,
a família pro jantar,
ou se ventania na estrada,
se residência no ar.

Não sei o que me convém,
se uma casa caiada
com horta, jardim e pomar
ou se andarilha no mundo,
se residência no ar.


Roseana Murray


Texto lindo que muito expressa algumas das minhas inquietações despertadas neste sábado, ao lado de pessoas queridíssimas... :) Muito bom estar com vcs... Pessoas únicas e essencialmente belas.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Lunetas e caleidoscópio


Quero meus olhos vestidos de lunetas, para poder apreciar o que a olho nu não se percebe. Para poder comportar o vasto mundo que outros não descobriram.

Quero meus olhos vestidos de lunetas para poder divagar pelo imaginário, pelo encantado, pelo real que não é concreto.

Quero meus olhos vestidos de lunetas para saber dar cor, forma e textura aos sentimentos experimentados por todos os meus sentidos.

Quero meus olhos vestidos de lunetas para ser caleidoscópio!

sábado, 18 de junho de 2011

Mensagem - Por Ana Jácomo


A qualquer distância, em qualquer instante, é possível abrirmos os olhos para dentro, sintonizar o coração e enviar um sorriso de amor.




"Versos lindos de Ana Jácomo que couberam muito bem para dar forma aos sentimentos vivenciados por mim neste dia" :D
Dia lindo, feliz e totalmente conectado com o que há de melhor na vida...

terça-feira, 17 de maio de 2011





A primeira sensação que tive ao olhar essa imagem foi de choque... Depois veio o reconhecimento de que, vergonhosamente, é verdade...
A vida em sociedade é repleta de significantes. Tudo tem um valor atribuído socialmente e cada vez mais a vida atual nos impele ao valor monetário e material. Dentre eles destaco os que considero os pilares da vida pós- moderna: Dinheiro, beleza e poder...
Se pararmos para pensar tudo na sociedade atual se remete a isto; e você só é bem sucedido se conquistar, pelo menos, um dos itens citados. E há sempre quem diga que com dinheiro você arremata os três...
Bom, so posso dizer: Como somos medíocres! É simplesmente desprezível que a vida gire em torno disso, mas é inegável que em muitos momentos nos vemos influenciados por tais valores...
E novamente me remeto ao post anterior: Como nosso coração é enganoso...
Fiz questão de colocar esta imagem aqui, para nunca esquecer o quanto podemos ser desprezíveis... Que Deus nos ensine a dar valor ao que realmente importa, mas que esta missão não deixemos só por conta dele... rs

sábado, 14 de maio de 2011

Coração - João Alexandre





"Jeremias 17.9 diz que enganoso é o coração mais do que todas as coisas... Quem o conhecerá?
De fato, é em nosso coração que está guardado tudo o que somos, inclusive, aquilo que está oculto aos nossos próprios olhos. Afinal, nenhum homem é capaz de compreender plenamente o seu próprio coração... Acho que João Alexandre foi muito feliz nesta composição ao nos levar a refletir o quanto nosso coração pode ser perverso e enganoso. E mais ainda, o quanto precisamos de Deus para, neste coração, habitar e transformá-lo...

Que Deus nos ajude a lutar por um coração agradável aos olhos do Pai...
Essa é a minha oração. Porque se tivermos um bom coração todo nosso corpo, alma e vida serão bons..."

domingo, 10 de abril de 2011

Belo texto de Ana Jácomo...

"Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. Só sei que não importam todos os rabiscos que já fizemos nem todos os papéis amassados na lixeira, porque todo texto bom de ser lido antes foi rascunho. E, por mais belo que seja, é natural que, ao relê-lo, percebamos uma palavra para ser acrescentada, trocada, excluída. A ausência de uma vírgula, a necessidade de um ponto, uma interrogação que surge de repente...

Viver é refazer o próprio texto muitas, incontáveis, vezes.

Não sei exatamente em que momento comecei a despertar. O que sei é que não quero aquele sono outra vez..."

Ana Jácomo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

“Quando você conta a sua vida eu lembro um pouco da minha...”

Se eu imaginasse como poderia ser a história de um grande amor, certamente a definiria assim:
uma vida compartilhada de forma tão intensa, viva e verdadeira que ao resgatar a minha própria história, lembraria de uma outra...

Falo (aqui) do amor no sentido mais diverso que a palavra pode alcançar:

O amor de uma mãe, que ao recordar os primeiros passos de um filho, também resgata em si as grandes descobertas de sua própria história. Revisita suas primeiras lições de renúncia, cuidado e afeto.
O amor entre irmãos, que apesar do campo de disputas, compartilharam as primeiras brincadeiras, alegrias e grandes descobertas.
O amor entre amigos, que descobrem a receita de um largo sorriso, ao relembrar as muitas aventuras compartilhadas...
Em fim, se o amor pudesse ser dimensionado caberia nos percursos da troca. Eu acredito no amor, exatamente porque acredito na necessidade do outro. Afinal, sozinhos somos apenas um eco... A projeção de nossas angustias, sensações e sentimentos no mais absoluto silêncio.
O que seria de mim sem o outro?
Como ser eu sem saber onde se inicia o que está além?
Em que medida posso me diferenciar enquanto ser, se não tenho a quem me contrapor?

A troca nos permite crescer e evoluir enquanto ser e espécie. Definitivamente sozinhos não somos nada. Não avançamos e fatalmente não existimos.
O outro me ajuda a entender um pouco mais sobre a vida, sobre o mundo e, principalmente, soube quem eu eventualmente posso ser...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Das últimas constatações...

Ultimamente tenho percebido uma tendência aos sentimentos profundos... Ao desejo de mergulhos abissais... A verdade é que cansei das superficialidades. Daquilo que dá e passa. De tudo que com a mesma fugacidade que chega de desfaz...
Certa vez alguém me disse que sou uma pessoa que busca o amor. Recordo que na ocasião a frase não fez nenhum sentido a minha infante percepção. No entanto, hoje compreendo perfeitamente o que tentaram me dizer e eu, tolamente, ignorei... E pior! Hoje sou obrigada a concordar... Logo agora?! Justo na era do amor líquido?! rs
Pois bem... Fazer o que, se agora tenho preferido a ausência dos sentidos e das equações?
Pelo visto meu coração não se cansa de se aventurar e novamente está aqui, inteirinho,disposto a se perder! rs

domingo, 23 de maio de 2010

O princípio de qualquer constatação

Quando ví que não era quem pensava ser,
dei o primeiro passo para dentro de mim...




As vezes é necessário sair da superfície das certezas para poder iniciar um processo de descobertas sobre quem realmente somos...