quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Uma pausa de três tempos.

Tempo desmedido, insano, desprendido.
Tempo pra contar os vãos momentos. Tempo de ordenar o pensamento.
Tempo para o silêncio, tempo para o pesar. Tempo que passe lento e me deixe divagar...

Tempo que leve as horas. Tempo que acalme a pressa.
Tempo de um instante, instante que dispersa.
Tempo que me indague, dialogue e deságüe.
Tempo que cobice a vida, tempo que desvele a morte. Tempo dos que tem sede de justiça!
Tempo só para mim. Tempo para se perder dentro de mim...

Apenas um silêncio desejoso acompanhado pelas horas. Uma pausa... Um hiato.

"todos os dias quando acordo
não tenho mais otempo que passou
mas tenho um outro tempo..."

Patrícia Gonçalves. 23.10.08

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Trocando papéis...

Vida, vida, vasta vida... A roda viva que perpetua a eternidade.
Teus braços hoje foram quase tangíveis e a tua voz sonorizou.
Quando ousarias dizer que o pior dos papéis pudesse me caber tão bem?
Relendo um velho enredo, ensaiei novas falas. Falas que só agora compuseram meu papel. O mesmo papel que por hora desprezei e bani do meu cenário. Hoje confesso: encenei.
Devolvestes a mim as minhas próprias certezas.
Por hora me reconheci portando uma nova face e falando de um novo lugar.
Bons ventos sussurraram ao pé do ouvido. "Teus conceitos postos à prova, tuas certezas a te indagar".
O que parecia indelével emergiu como parte de um mundo disforme, estranho, mas tão peculiar.
Confesso que outrora já havias me dito: "Não te leves pelo visto, estais a te enganar..."
Vida, vida, vasta vida. Revelaste-me: bela se faz a alma dos que conseguem me apreciar.

A vida me pôs em dois percursos de uma mesma via. Remontou velhos cenários e me deu um novo papel.
"Indagas tuas certezas! Depara-te com o criticável!"
"De perto, ou melhor, de dentro ele tem sonoridade?"
"Hoje vistes que o olhar que vem de fora é sempre mais cruel..."
Por mais insano que pareça (por dentro) tudo encontra seu lugar.
Vida, vida, vasta vida. EXPONDO-ME... EXPANDO-ME. E tu, o que me dizes?
─ Agora podes continuar!

sábado, 18 de outubro de 2008

Aos 25...

Ouvi essa frase e nunca mais esqueci. “Aos 25 anos a mulher chega ao auge de sua beleza, daí por diante... Só lamento”. Nem preciso dizer que foi de um homem. Pelo conteúdo, digamos, tendencioso é mais que perceptível. Rs
Não sei o que os 25 emerge no imaginário masculino, mas posso dizer que os meus vinte e cinco anos são e estão sendo emblemáticos!


É como se pressentíssemos algo que está por acontecer, já sentindo as ebulições do transitório. É um misto de despedida com saudade, associado a uma ansiedade de não sei bem o quê...
Ouço e sinto um “bem vindo ao mundo dos adultos”, um determinado senso de seriedade, uma temerosa RESPONSABILIDADE. Ao mesmo tempo ressoam em mim as desejosas aventuras de uma adolescência mal resolvida; os infantes caprichos de uma criança que insiste em não dormir; os acordes das cantigas de ninar, regadas por uma incessante vontade de REDEFINIR.
É um retorno ao que fomos, na tentativa de construir o que iremos ser. E para isso passamos por todas as faces refletidas em um mesmo espelho...
Reconstruo o que foi bom, sobre as cicatrizes do que ainda dói. Remonto as imagens repartidas, dando novas cores e sonoridade. RESSIGNIFICO! Escolho fazer diferente, ouso fazer melhor.
Celebrando minha historia, leio e releio, sem nem mesmo acreditar aonde cheguei.
− Ta vendo garota?! No fundo eu bem que te avisei... rs
Meus vinte e cinco anos chegaram para mim com a primavera, celebrando comigo o mês de setembro. Inundou a minha vida de novos perfumes, me trouxe de volta a alegria da infância, os sonhos da adolescente com a destreza de uma suposta “adultecência” rs. Agora reúno em mim o melhor de todas “elas” e com cada “uma” celebro o ser que me tornei. Não sei se este é o cume, mas a vista daqui de cima é gratificante e bela. Não sei o que dizem daí de fora, mas a vista daqui de dentro é ainda mais singela.


Patrícia Gonçalves. 17/10/2008.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O SER QUE ESCOLHO SER. A VIDA QUE DESEJO REGAR.

A vida tem cores, sonhos... Sabores. E por mais que acreditemos que ela nos traga cada um deles, afirmo que muito está em nós. Está em nós o sabor que atribuímos à vida, esta em nós a capacidade de sonhar e em cada um se concentra o poder de acreditar nos sonhos, assim como a força para torná-los tangíveis, palpáveis... Reais. Mas percebo que algumas posturas são fundamentais para isto. E entendo que basta tentar ser um pouco mais...
Desfaça suas malas, destitua as amargas lembranças, abra mão daquilo que colocaram na sua bagagem e que hoje você não reconhece como sendo seu (não mais...). Alivie sua bagagem ao longo do caminho. Despojando-se das armaduras você poderá voar mais alto... Ir além... Mas para isso é preciso ser leve... Abra mão de tudo àquilo que te impedi de avançar, de se doar para a vida, de se jogar sem reservas... Às vezes isso é mais que necessário. É uma questão de vida (e não de morte) por mais assustador que possa parecer.
Abrindo mão de velhas convicções buscaremos nossos próprios ideais, entraremos em contato com nossa essência, e nela encontraremos o que há de mais belo em nós. Resgatar o melhor de si faz parte da vida de todos, e mesmo não reconhecendo isso como prioridade, cedo ou tarde faz-se necessário, torna-se ESSENCIAL. Patrícia Gonçalves. 08/10/08