domingo, 6 de janeiro de 2013

Eu te amo do meu jeito...

Sempre que escuto alguém utilizar essa expressão não consigo deixar de pensar no quanto as pessoas são egoístas e forjam sentimentos de igual maneira. Afinal, acredito que se o meu amor é voltado para mim e a minha maneira, não há nenhum amor nisso... O amor não é apenas um sentimento. São atitudes, uma espécie de dádiva. Geralmente o imagino como um presente e, definitivamente, não posso presentear uma pessoa, tendo como referência apenas o meu desejo. Penso que o amor se expressa na minha capacidade de perceber o quanto e como o outro precisa ser amado e amá-lo como ele necessita ser. Afinal, do que vale um pai amar tanto o seu filho se este filho não sentir-se amado pelo pai? Esse amor será sempre um vazio para filho, mesmo sendo um inteiro para o pai. Se o objetivo é amar, jamais poderia eu amá-lo a partir do meu paradigma de amor. Se o objetivo é amá-lo, eu preciso percebê-lo enquanto ser e identificar o que o faz sentir-se amado e assim, amá-lo! O meu amor pelo outro precisa ser um inteiro pra mim e para o outro. Se eu o amo, apenas com aquilo que julgo ser essencial, sou egoísta e julgo o mundo a partir de mim mesmo. Agindo assim, jamais vou enxergar o outro além das minhas próprias necessidades... Amar é perceber o outro. É, de alguma maneira, sentir o que ele está sentindo e tentar perceber as suas necessidades nisso. Até por quê, além de amado, o outro necessita sentir-se amado. Nesse sentido, avalio que você jamais vai conseguir fazer alguém sentir-se amado sem andar junto, percebendo e gastando tempo em conhecer o outro, em suas necessidades. Assim, jamais diga a uma pessoa seja ela, adulta ou criança, que a ama do seu jeito. Pelo contrário, deseje conhecê-la, percebê-la de tal modo que o amor que você lhe devote seja o mais próximo do amor que ela precisa receber. Amor nunca foi só um sentimento. Amor é atitude, o sentimento é apenas o motivador, uma espécie de propulsor para que o amor se operacionalize, ganhe expressão concreta, seja quase que tangível... Patrícia Gonçalves.