sexta-feira, 6 de julho de 2007

O que restou dos sonhos de algum dia?

Eu posso te contar, mas já não vais saber
O que me faz pensar, por certo acreditar
Que a vida já não tem nada a dizer.

Os versos perdem a rima e já não têm mais cor
As paisagens que outrora me inspiravam
Difícil te falar, se nada há pra entender
O que restou dos sonhos de algum dia?

Por que vou explicar, se ao menos sei por que
Os sonhos já não têm mais fantasia
Você vai perceber, se é que queres ver
A vida já não faz tanto sentido.

Então depois que eu for, mais nada vou perder,
Pois já não vejo mais o que eu cria. (PG, 2006)

terça-feira, 3 de julho de 2007

A vida acadêmica não seria a mesma sem vocês...


FACES DO MEU SILÊNCIO

O meu silêncio não lhe diz nada porque ele fala para mim. Ele me diz coisas que preferia não escutar, ou mesmo que não existissem. Ele expressa dúvidas, insatisfações, medos e tormentos comuns a quem vive processos contraditórios, marcados por inflexões e descontinuidades. É típico da espécie humana, principalmente, a feminina.
O meu silêncio é repressor, enganoso e instigante, mas quando não estou pronta para falar e ouvir é o único recurso do qual disponho.
As vezes me incomoda, pois remonta a construções que prefiro negar, mas que são constantemente afirmadas pelos meus calados questionamentos.
Permeado por conflitos, dúvidas e perguntas insistentes, ele fala de mim, porém você não compreende. Ele coloca em xeque as certezas que penso ter e por vezes responde perguntas que geralmente temo indagar.
O meu silêncio é como eu, nega e afirma simultaneamente. É forte, frágil, doce, amargo, sutil, e impetuoso. Não existe para ser por inteiro decodificado, mas somente expressa o sincrético e tortuoso mundo dos que, como eu, encontram-se apaixonados. Patrícia Gonçalves/2005