domingo, 12 de julho de 2009

Das certezas que a vida trás

“Você é como eu। Tem sede de vida!” Foi o que ele lhe disse...
Ela pensou e logo admitiu...

Não poderia deixar de concordar. Afinal, de fato, tinha muita sede. Então questionou “Por quê? E de onde ela vem?”
Retrocedeu alguns compassos e percebeu que durante muito esteve imersa em tantas questões que por longo tempo andou as voltas consigo mesma... Como se o tempo passasse, mas não fosse capaz de avançar। Como quem está presa em um dado momento e dele não se permiti retirar. Uma espécie de exílio voluntário. Talvez necessário, mas conformado por vastos retrocessos. Como alguém que abre mão da própria liberdade.

E foi isso... Percebeu que esteve presa a um passado que parecia não poder abandonar. Por longo tempo foi preciso passar pelos mesmos caminhos, com a mesma dor, com os mesmos olhos, sempre encobertos pela mesma nódoa. Como se as horas nunca prosseguissem. Sempre voltada para o mesmo ponto. Até que um dia, a vida ousou passar. E como quem avista o mar pela primeira vez, pode contemplar a imensidão, o horizonte amplo. Daí passou a desejar o inaudito. Tudo aquilo que não tem nome, mas que conhecia tão de perto, tão por dentro...
E hoje já não sabe viver de outra forma। Já não cabe em si tanto desejo. E já se torna tão claro e transparente que além de si, o universo todo reconhece.

—Tenho se de vida, sim! Sede que não passa! Sede que não cabe mais em mim...


Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio...
...Tempo, tempo, mano velho!
Tempo, amigo. Seja legal. Conto contigo, pela madrugada.
Só me derrube no final”.

Um comentário:

Cristiano Cabral Marques disse...

Parabéns, muito bom mesmo esse texto. E adorei a citação final.