sábado, 22 de novembro de 2008

Pontuações रेतिसन्तेस.

Etiquetados, como meros artigos comerciais. Definidos, pontuados... É assim que nos percebem no mundo.
Por hora questiono-me sobre o necessário desejo de libertar-se destas amarras classificáveis. Definitivas, não por serem perpétuas, mas por insistirem em nos enquadrar, definir, cercear...
Inquieta-me essa tamanha necessidade de decodificar o inenarrável, o indelével tumulto organizado em nós.

Por que tornar tangível o espectro de cores, acordes e nuances que nos tornam tão peculiar?

Por que enjaular, na clausura de um discurso, o tamanho ser que ousamos ser? E de que nos serve o descabido desejo de “nomeclaturar”?

Por que não escolher a liberdade desmedida de ser apenas o que se é, sem necessitar saber por certo em que consiste o “ser” e o “estar”?

... Danoso modo de estar no mundo... Mediana necessidade de se pontuar.

Agora entendo porque sempre preferi as reticências...

Patrícia Gonçalves. 22/11/08

2 comentários:

Natalie Dowsley disse...

Lindo, Pati!!! Profundo e simples, como tudo o que é lindo! A-mei!!! Já pensasse em publicar um livro? Devia pensar nisso... Fala com a editora bagaço... =) beiju!

Patrícia disse...

"As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho..."

Mário Quintana