domingo, 30 de novembro de 2008

Alvorada

Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando a ponta dos dedos estiverem úmidas, pegue as palavras que lhe fizeram companhia e comece a lavar o escuro da noite, tanto, tanto, tanto... até que amanheça.

RITA APOENA

3 comentários:

Patrícia disse...

Adorei esse texto! De uma delicada sensibilidade, que chega a impressionar.
Fez-me pensar o quanto a escrita consiste em discorrer pelos próprios sentimentos, na tentativa de tornar o mundo interno um pouco mais perceptível, inclusive para nós mesmos...

Natalie Dowsley disse...

Lindoooo!!!! Esse poema me lembrou os textos de Rita Apoena, que eu gosto muuuito!!! Amei o texto!!! Simples e profundo! Lindo!

Patrícia disse...

MAS O TEXTO É DELA MESMO RSRSRS